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Matéria 2372, publicada em 13/07/2006.


Leia nota da Federação Nacional dos Jornalistas

É a seguinte a íntegra da Fenaj sobre os ataques do jornal O Estado de S. Paulo:


"A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) voltou a ser vítima de ataques por parte dos donos da mídia, por defender a profissão, seus profissionais, a qualidade do jornalismo e por conseqüência, o direito da sociedade a uma informação ética, responsável e voltada para o interesse público. Em editorial, o Estadão – jornal conhecido por seu conservadorismo – acusou a Fenaj de golpe pela aprovação do projeto de lei 079/2004, que atualiza as funções privativas dos jornalistas.

Nós nos dirigimos à categoria e à sociedade para lembrar que adeptos de golpes são o Estadão e outros veículos de comunicação de massa do País. Eles, sim, apoiaram a ditadura militar, desde o primeiro instante do golpe ocorrido em 1964, e continuam a apoiar, cotidianamente, os mais diversos golpes que a elite brasileira desfere contra o povo.

No campo da comunicação, essas empresas alinham-se à Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP). Por trás da fachada democrática, a SIP trabalha para disseminar, no continente sul-americano, sua idéia de “liberdade de imprensa”, que nada mais é do que a liberdade de as empresas divulgarem somente o que lhes interessa, muitas vezes distorcendo os fatos ou omitindo informações de relevante interesse público. Insiste também na desregulamentação da profissão de jornalista nos países onde há regulamentação, como é o caso do Brasil, e trabalha para impedir a regulamentação onde ela ainda é anseio da categoria.

Ao criticar o projeto de lei aprovado pelo Senado e a proposta da Fenaj de criação do CFJ, o Estadão demonstra, mais uma vez, sua ira pelo fato de os jornalistas brasileiros terem uma profissão regulamentada. Sabidamente, os patrões de nosso País, em especial os donos da mídia, lutam pela desregulamentação das profissões. E não o fazem por princípios democráticos, como querem fazer crer, mas para eliminar direitos conquistados pelos trabalhadores e no caso das empresas de comunicação, também para manter o controle ideológico sobre o conteúdo divulgado.

Em pleno século 21, os donos da mídia querem profissionais mal pagos, intimidados e submissos. Por isso, querem desregulamentar a profissão dos jornalistas. Por isso, atacam a Fenaj, federação sindical que, ao lado dos Sindicatos de Jornalistas de todo o País, há décadas luta pela valorização da profissão, por melhores condições de trabalho, pela liberdade de imprensa, pela democratização dos meios de comunicação e da sociedade como um todo.

Para atacar a Fenaj e portanto também os Sindicatos dos Jornalistas e a categoria que se organiza em torno de suas entidades, o Estadão desinforma a sociedade, divulgando uma interpretação mentirosa do projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional. Como pode tachar de golpe um processo democrático de elaboração de um projeto para aperfeiçoar a regulamentação de uma profissão tão necessária para servir à sociedade? Democrático, sim, porque foi amplamente debatido nas diversas instâncias de discussão e deliberação da categoria dos jornalistas em todo o país. E posteriormente também passou por debate democrático na Câmara e Senado.

Por isso, apesar dos ataques injustos e inverdades, os jornalistas do Brasil inteiro que lutam pela valorização da sua profissão e pela qualificação do jornalismo têm a certeza de que o presidente Lula sancionará o projeto, respeitando a decisão do Congresso e o direito e o anseio de organização de toda uma categoria.

A desinformação, aliás, foi a mesma arma utilizada pelo Estadão e assemelhados durante a campanha que fizeram contra a criação do Conselho Federal dos Jornalistas, proposto pela Fenaj. Também é a arma dos donos da mídia sempre que usam os veículos de comunicação para defender interesses de grupos específicos em detrimento do conjunto da sociedade.

Mesmo sabendo do poder dos donos da mídia, que impede a Fenaj e os Sindicatos dos Jornalistas de todo o País de se manifestarem para esclarecer a sociedade, não nos intimidaremos. Vamos continuar defendendo a profissão de jornalista e denunciando a prática de veículos de comunicação como o Estadão e seus assemelhados. Porque sabemos que não é possível avançar no processo de democratização do país sem democratização da comunicação, sem combater a mercantilização da informação e sem a necessária valorização e fortalecimento da profissão e do profissional jornalista."

Brasília, 12 de julho de 2006

 

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