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Matéria 2288, publicada em 09/06/2006.


:Letícia Caroline

Pastor Siqueira fala sobre a 107,5 FM

Depois de cinco anos, rádio entra no ar com voluntários

Letícia Caroline


Em Joinville existem 25 mil evangélicos participantes das 150 igrejas que se espalham pela cidade. Foi com o intuito de atingir esse público que surgiu a rádio 107,5 FM. Inicialmente, a idéia veio do pastor Valmor Batista. O desejo era ter um meio de comunicação que explorasse tanto os valores judaico-cristãos quanto as áreas de educação, cultura e informação. Todo o processo de documentação durou cinco anos. Só em dezembro de 2005 a permissão foi autorizada pelo Ministério das Comunicações. A rádio entrou no ar, experimentalmente, em janeiro de 2006. A emissora faz parte da Fundação Assistencial e de Difusão Educativa e Cultural de Joinville (Funadej).

A Assembléia de Deus é mantenedora da fundação e doou o prédio — situado na rua Alexandre Schlemm, 418 — para que a rádio fosse estruturada. Os equipamentos foram adquiridos com dinheiro doado pelos evangélicos. Segundo o pastor Antonio Siqueira, diretor-presidente da Funadej, todos os congregados colaboraram. E foi assim que a 107,5 FM obteve equipamentos de última geração, vindos em sua maioria, dos Estados Unidos. A equipe é composta por nove voluntários. Nenhum deles é funcionário.

Durante as 24 horas diárias que fica no ar, a programação é baseada em música gospel (denominação utilizada para músicas evangélicas). Mas o que vem chamando atenção é que, em intervalos de 30 minutos, são veiculadas notícias do mundo inteiro. Esse trabalho fica por conta do pastor Edson Bruno, único jornalista formado da equipe. Ele também monitora as reportagens das agências de notícias. Assim, entre as músicas são inseridas informações locais, nacionais e internacionais. Um dos programas que tem mais notícias é o Nova Manhã, apresentado das, 7 às 9 horas, pelo acadêmico do terceiro período de jornalismo do Ielusc Márcio Batista. “Queremos aumentar ainda mais o tempo de noticiário. Afinal, muita gente só tem oportunidade de saber o que está acontecendo quando sintoniza o rádio no carro”, declara o pastor Siqueira.

Atualmente, o sinal não chega plenamente aos 15 municípios da área de abrangência. Já tramita no Ministério das Comunicações um pedido para aumentar a potência de 1 quilowatt para 5 quilowatts. Assim, a emissora passará a atingir mais de 21 cidades. De acordo com a lei que rege a radiodifusão educativa, “é vedada a transmissão de qualquer propaganda”. Quanto a isso, o pastor Siqueira reclama que foi diversas vezes ao ministério para saber sobre a questão e ninguém sabia responder. Por ser nova no mercado, a 107,5 FM tem "uns três ou quatro apoiadores culturais", afirma.

Três estúdios constituem a área de produção da 107,5 FM. O primeiro deles serve para os programas; o segundo, para gravação de vinhetas e notícias; e o último, para programas ao vivo. É nesse estúdio que as músicas rolam o dia todo, sendo “pescadas” automaticamente pelo computador.

O pastor Siqueira afirma que eles ficaram surpresos com a receptividade da emissora. Calcula que entre o público ouvinte estejam não só evangélicos, mas adeptos de outras religiões. Em suas mãos, encontrava-se um envelope fechado com as primeiras pesquisas de opinião. “Só tenho impressões de conversas que tive com algumas pessoas. Esta pesquisa vai dizer ao certo a nossa audiência”.


Radiojornalismo em Joinville

Perguntado sobre as rádios e os radialistas da cidade, o pastor Antonio Siqueira diz que Joinville tem um grupo excelente de comunicadores, que prendem a audiência e sabem conquistar o público. Para ele, existem equipes especializadas muito competentes, como as editorias de esporte e entretenimento. “Na cidade temos uma grande falta de notícia no rádio. É na frente da informação que iremos avançar”. Segundo Antonio, os comunicadores pecam por veicular pouca informação e não fazer jornalismo. "É por isso que a 107,5 FM faz diferença e atrai até mesmo quem não é evangélico.”


Multimídia

Escute um trecho do programa Nova Manhã, da rádio 107,5 FM

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