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Matéria 2286, publicada em 09/06/2006.


:Pollyanna Niehues

Jornalista do "Roda Viva" é cauteloso ao falar da Cultura

Jornalista questiona veracidade das notícias na internet

Erivellto Amaranth


O jornalista e apresentador do "Roda Viva" da TV Cultura, Paulo Markun, esteve em Joinville para mediar um dos painéis da Expogestão 2006. Momentos antes de o encontro começar, ele concedeu uma entrevista exclusiva à Revi e criticou a falta de concorrência na imprensa catarinense: "O estado tem o domínio de um grupo de comunicação [RBS]  de uma tal maneira que dificulta a concorrência, tanto no mercado impresso como na TV". Ele, que atualmente mora em Florianópolis, lembrou que no final da década de 1980 o jornal O Estado dominava o mercado impresso em Santa Catarina, enquanto o recém-lançado Diário Catarinense enfrentava muitos problemas. Nos últimos anos, a situação se inverteu: "Isso talvez seja culpa da própria concorrência. Da maneira na qual são administradas e geridas as empresas de comunicação no país".

Markun acredita que a internet só vai conseguir substituir o jornal impresso quando ela dar respostas a duas questões fundamentais: "A hierarquia da informação e a credibilidade". Ele complementa dizendo que falta um controle na distribuição das notícias da web: "Uma matéria substitui a outra sem que ela necessariamente seja mais importante", e que "os blogs e os meios de comunicação pessoal nivelam por baixo o valor da informação por não deixar claro quem está produzindo, como se obteve e qual é o grau de veracidade" dos fatos narrados.

Depois de escrever alguns livros como "Meu Querido Vlado: a História de Vladimir Herzog e do Sonho de uma geração" e "Anita Garibaldi: uma Heroína Brasileira", o jornalista afirma que a literatura pode ser uma alternativa para a falta de recursos dos jornais, que inviabiliza a publicação de grandes reportagens. "Embora tenha uma circulação muito pequena, o livro é um campo de trabalho que permite uma abordagem maior". Sobre o jornalismo da TV Cultura, que vem recebendo muitas críticas, Markun foi sucinto: "Depois de passar por momentos de instabilidade agora ele está buscando um caminho". Para os focas, estudantes ou recém-formados em jornalismo, ele sugere: "Tem que ter curiosidade, saber ouvir principalmente. A questão é ter ousadia e persistência".

O jornalista

Paulo Markun é jornalista há quase 35 anos. Já passou por importantes veículos de comunicação como o Pasquim de São Paulo, revista Imprensa, revista Radar e Jornal do Norte, de Manaus. Na televisão, além do Roda Viva, já atuou à frente dos programas Questão de Ordem, Fogo Cruzado, Jornal da Record, Jornal da Manchete e SPTV. Ele também é comentarista político do portal Terra e presidente do Santacine (Sindicato da Indústria Audiovisual do Estado de Santa Catarina). Na área do marketing político, coordenou a campanha de Mario Covas para o governo do Estado de São Paulo.

Multimídia

 > Confira na íntegra a entrevista com Paulo Markun

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