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Matéria 2282, publicada em 08/06/2006.


:Pollyanna Niehues

Padre Fachini palestra para sétimo período de jornalismo

Projeto "Ocas cozinhas comunitárias" une indígenas

Pollyanna Niehues


Convidado por um grupo de alunos do sétimo período de jornalismo, o padre Fachini esteve presente ontem (7 de junho) no Ielusc, na aula de comunicação institucional, para falar sobre a Fundação Pauli-Madi e os projetos que dela fazem parte. Em especial, o programa “Ocas cozinhas comunitárias”, que leva alimentos aos índios de Araquari.

A Fundação existe desde 1994 e tem como objetivo maior combater a fome na cidade de Joinville e região — Barra Velha, Barra do Sul e Araquari. Já são 31 cozinhas nos principais "focos de fome", como chama o padre. O trabalho é voluntário e conta com 460 pessoas que preparam e servem a comida para crianças de até 14 anos. Vale lembrar que em Joinville 130 mil pessoas vivem no nível da pobreza e 38 mil passam fome, segundo o IBGE.

O projeto “Ocas cozinhas comunitárias” é a iniciativa mais recente da fundação. Povos indígenas da região de Joinville receberam fogão à lenha, panelas e aprenderam a cozinhar. As tarefas foram distribuídas e “pela primeira vez, todos na aldeia comem juntos”, conta padre Fachini. Pela falta do que comer, os índios estavam se distanciando. Cada pequeno grupo tentava, a seu modo, conseguir alimentação.

Quando questionado sobre o auxílio do poder público, o padre solta um riso frouxo antes de explicar que do governo federal, "lá de vez em quando", recebem um alimento. “Em espécie, o governo Lula nunca mandou”, afirma Fachini. Mas, às vezes, enviam coisas como mel, produto que nem faz parte do cardápio da fundação. A fundação esperava um envolvimento direto, que nunca aconteceu. Quem ajuda é a prefeitura de Joinville, com 35% do valor gasto por mês.

As 31 cozinhas são suficientes para acabar com a fome em Joinville. Mas todo apoio é bem-vindo. Para o padre, o que falta para as pessoas é estímulo, pois muitas se mostram solidárias quando encontram uma oportunidade séria. E diz: “morrer de fome é a maior miséria humana, mas deixar morrer de fome é a maior miséria espiritual”.

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