Com a palavra, os coordenadores. O terceiro encontro de jornais-laboratório (JL) de Santa Catarina trouxe para o anfiteatro do Ielusc alguns responsáveis pela produção dos impressos acadêmicos no estado. Ricardo Barreto, do "Zero" (UFSC), o mais antigo do estado, com 24 anos de existência, explicou que o projeto, além de experimental, passou a ser encarado como mais um jornal impresso da região, pois seu "estilo diferenciado vem acrescentar aos comerciais". Um dos fatores que dificultam a realização do trabalho é o pequeno número de pessoas interessadas em participar. Por isso, Barreto defende a obrigatoriedade do JL como disciplina curricular, hoje uma exigência do MEC. Ele também avalia positivamente a presença do "Zero" na internet , mas afirma que não basta ter uma versão em PDF. É preciso, diz ele, desenvolver conteúdo específico para o meio eletrônico. Sobre o tempo de fechamento das edições, Barreto é enfático: "Deve-se priorizar a qualidade e não um mero e rotineiro cumprimento de prazo".
Para a coordenadora do "Fato & Versão" (Unisul de Palhoça), Raquel Wandelli, o JL deve valorizar a vivência dos acadêmicos na elaboração das matérias. Ela afirma ainda que não trabalha para um público-alvo definido e adota uma auto-censura quando as pautas estão relacionas aos problemas da própria instituição, mantenedora do jornal. Raquel também defende a independência dos JL frente à presença cada vez maior de anúncios nas edições. Já o jornal "Extra", da Unisul de Tubarão, procura fazer uma cobertura mais regionalizada . Billi Culeton, responsável pela publicação, aproveita o fato de a instituição contar com acadêmicos de vários municípios vizinhos ao campus. Ele explica que as pautas são todas sugeridas pelos alunos e que, por falta de tempo, não é possível elaborar matérias mais aprofundadas.