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Matéria 2095, publicada em 08/05/2006.


:Divulgação

Pedro Russi critica comunidade acadêmica

Pollyanna Niehues


Demonstrando uma certa insatisfação, o professor Pedro Russi senta em um dos banquinhos da instituição para falar sobre a palestra de Alberto Efendy Maldonado. Ele conta que a palestra foi interessante, mas uma parte do pessoal não se importa com o que está acontecendo. Do mesmo jeito que alguns professores também não se importam, não levam suas turmas. Russi faz uma rápida análise do que ocorreu naquela noite.

“Se fez uma discussão acalorada”, resume, mas os professores foram os que mais perguntaram: Samuca, Silnei e Pedro Ramirez. Além deles, dois ou três alunos. Russi não considerou um debate, propriamente dito, mas sim uma “fala”. Ele continua: “Sou bem sincero nesse sentido, mas aos poucos a cultura da palestra vai se arraigando”.

Russi percebe que os alunos da publicidade têm menos ainda essa cultura de palestras e parece incomodado ao dizer: “O pessoal da publicidade, eles saem muito (do anfiteatro), venho sistematicamente observando isso”. Pensa que talvez eles não se interessem ou não saibam aproveitar as oportunidades. E diz que para a publicidade “é bom ser divertido”, e “qualquer coisa que me leva a refletir provoca incomodação”.

Esse culto às discussões, segundo o professor, “é vital para o mundo universitário”. E é por isso que o ensino superior é diferente do fundamental. O ensino superior é local para problematizações, desencontros e “violência” em relação à mente. Ele define como “a suruba do cérebro”. Para acontecer essa orgia na mente é necessário que existam sujeitos. “Estamos tentando construir isso aqui, é a auto-estimulação mental”.

Mas Russi tem fé: “Cada vez mais o pessoal está ficando nas palestras”. O professor gostaria que esses eventos acontecessem mais freqüentemente, para desenvolver ainda mais a cultura da palestra. Porque já vieram pessoas de muitos lugares, e o pessoal da instituição não aproveita as oportunidades.

Ele conta que Maldonado é um grande amigo seu e quando saíram do Ielusc, após o evento, o pesquisador disse estar satisfeito: gostou muito da conversa, do ambiente e do pessoal que encontrou aqui.

Pedro levanta do banquinho do pátio, atrasado, e lamenta precisar sair correndo. Como mensagem à população ielusquiana, lembra: é importante e necessário que todos por aqui possam “sentir outros sentires”.

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