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Matéria 2088, publicada em 08/05/2006.


Dados sobre religião não fecham e números estão confusos

Leonel Camasão


O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), um dos mais renomados órgãos de pesquisa do país, publicou, em seu sítio, dados errados dentro do Censo 2000. Como o número de informações é enorme, foi desenvolvido o Sidra (Sistema IBGE de Recuperação Automática), que funciona para cruzar informações e tabelas estatísticas corretamente. Entretanto, os números apresentados no quesito “religião” não fecham e não seguem a lógica do Sidra.

Cruzando as informações de todo o país sobre a religiosidade da população, a tabela 137 possui duas variáveis: população residente e população residente por percentual. São 42 categorias de religião, desde os católicos apostólicos romanos até judeus, evangélicos, hinduístas e todas as variações imagináveis. Pode-se consultar por número total de pessoas ou por qualquer uma das classificações. Entretanto, quando somamos todas as categorias, o resultado obtido não bate com o número total.

Por exemplo, segundo o Sidra, o Brasil possui 169.872.856 habitantes. Somando todos os números da categoria religião, o número chega a 219.636.918, ou seja, uma diferença de mais de 49 milhões de pessoas. O mesmo se repete em nível local: na microrregião de Joinville, o total equivale a 679.315, mas somando os religiosos, somos 985. 181. Num primeiro momento, o SDDI (Serviço de Divulgação e Difusão de Informações do IBGE), em Florianópolis, declarou que “grosso modo, tem que ser um erro do Sidra”. A responsável pelo SDDI, Sueni Juraci dos Santos, ficou de dar uma resposta em uma semana, pois estaria viajando para o Rio de Janeiro.

Para fazer a comparação, utilizamos a tabela 136, que trata da população por cor ou raça. São seis categorias (pretos, pardos, brancos, amarelos, indígenas e sem declaração). Somando todas, chegamos aos exatos 679.315, número oficial de habitantes da região.

Depois do prazo estipulado, o SDDI deu a resposta sobre o erro. Segundo Sueni, algumas das 42 categorias são majoritárias, e outras são subdivisões. Por exemplo, dentro dos evangélicos, existem os de missão, adventistas, luteranos e assim por diante. Porém, a página não dá nenhuma sinalização sobre tais subdivisões e a tabela 137 não segue a mesma lógica das outras. “Realmente, os números estão confusos”, admite Sueni. Ela mesma teve dificuldades em explicar essas divisões. Sueni garantiu que esses dados serão corrigidos, mas não há um prazo concreto para o ajuste. Entretanto, garante que o erro não ocorre na versão impressa.

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