No dia 7 de dezembro de 1979 era inaugurada a RBS em Joinville. Na tarde de
quarta-feira, 3 de maio, a emissora foi a última parada, neste semestre, do
projeto Uma Tarde na Redação. A sede da TV é maior do que as outras já visitadas
e abriga não só a RBS, mas as rádios Atlântida e Itapema e a sucursal
joinvilense do Diário Catarinense.
O período da visita — à tarde — é o horário de tranqüilidade. Nessa hora, os
repórteres estão na rua fazendo as matérias para o telejornal noturno. Aos
poucos que ficam resta o trabalho de checar informações e fontes. Junto com a
redação do telejornal fica a redação do Diário Catarinense. “O jornal utiliza
muito o telefone para checar informações. Nós preferimos ir ao local, direto à
fonte”, explica Gislene Bastos, nossa guia e coordenadora de jornalismo da
emissora.
Assim como as outras emissoras, a RBS também tem a suíte de produção. É nessa
sala que se realiza a montagem do que vai ser transmitido. Quando o jornal está
no ar, é de lá que os profissionais acertam o enquadramento, fazem os cortes de
imagens e inserem caracteres. No andar de cima fica a suíte master, onde são
controladas as entradas de comerciais e de entrevistas de outros lugares do
estado.
Como o SBT, a emissora possui só um estúdio, no qual são gravados o Jornal do
Almoço e o RBS Notícias. Os repórteres contam com duas câmeras e mais uma,
chamada de câmera de segurança — utilizada para aberturas de bloco. “As duas
principais não são fixas nos apresentadores. Já a de segurança usamos pouco,
pois não possui teleprompter”, explica Gislene.
Os funcionários são contratados do Grupo RBS. Por isso, fazem trabalhos para
diversos veículos do grupo — mesmo recebendo por um só. Na hora da produção, os
repórteres fazem desde a pesquisa até a edição da matéria. Por dia, precisam
produzir, no mínimo, duas pautas. Também há expediente durante o final de
semana. No entanto, os jornalistas recebem folga pelo trabalho de sábado e
domingo. E quando acontece algo inesperado, os profissionais são chamados em
casa ou nos celulares particulares. “Não trabalhamos com equipe 24 horas, mas
sim com o sobreaviso”, explica a coordenadora de jornalismo e também editora.
A RBS não tem um horário para reunião de pauta. Segundo a coordenadora, é um
“processo contínuo”. As coisas vão sendo definidas ao longo do dia. Algumas
matérias, obrigatoriamente precisam aparecer — aquelas que são utilizadas nas
chamadas — mas o resto está sujeito a alteração em qualquer momento. Todas as
notícias que chegam, seja por e-mail, fax ou telefone, podem virar pauta, mas o
repórter precisa checar a fidelidade da fonte. Esse cuidado todo serve para não
ferir os princípios mais importantes da profissão: ética e credibilidade.
Nas palavras de Gislene Bastos, muita coisa mudou na emissora. Hoje, só são
aceitos profissionais formados. Os famosos padrões de aparência estão sendo
quebrados. Mas uma coisa ela não pode negar: eles ainda são sujeitos à ditadura
da Rede Globo. Os horários dos jornais dependem do que a “emissora-mãe”
determina. O tempo pode ser reduzido ou aumentado a qualquer hora, o que, muitas
vezes, acaba comprometendo a programação do telejornal. E quem perde é o
telespectador local, que fica com uma visão diminuída dos fatos ocorridos em sua
região.