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Matéria 2055, publicada em 27/04/2006.


:Izani Mustafá

Fitas do arquivo são preservadas por seis meses antes de serem reutilizadas

Rede SC Joinville: essa faz jornalismo

Lucas Balduino


“Aqui só são gravados o jornal do meio-dia, o Tribuna do Povo e o programa da Igreja Universal”, disse a editora-chefe Adriana Fermiano ao nos apresentar o estúdio, o único. Drica, como é conhecida, foi quem guiou a visita à Rede SC, filial do SBT em Joinville. O itinerário da viagem para dentro do canal 8 da televisão aberta da cidade teve início no estúdio e final na sala da editora de 34 anos, onde foi realizada a pontual reunião, em que foi decidido quais seriam as notícias de maior relevância para se pôr no ar.

Diante da pomposa TV Cidade, que tem dois estúdios para gravação e — apesar de eles serem bastante requisitados para gravação dos programas de grandes figurões da mídia joinvilense — nenhum programa jornalístico, a Rede SC possui apenas um estúdio, porém com linha editorial completamente diferente: prezam pela informação local. Ainda sem o people meeter, aparelho utilizado para fazer a medição do número de telespectadores, Drica afirmou que o Tribuna do Povo, apresentado por Nilson Gonçalves, é o programa líder de audiência no horário em Joinville, superando até mesmo o Jornal Hoje, da Rede Globo, transmitido pela RBS em Santa Catarina.

A viagem ainda proporcionou uma trilha pelos corredores da emissora, com olhadas rápidas no camarim, nas ilhas de edição, no master, no arquivo — onde são guardados os últimos seis meses dos programas jornalísticos feitos no canal 8 — e na sala de produção, onde Drica, brincando, disse: “Agora está no horário calmo, mas quando começam a trabalhar é dois toques para sair um ‘filho da p...’”.

Foi na reunião da editora com Rokely Pierozan e Isabela Vargas, nosso destino final, que enfim vimos o que queríamos ver: o comportamento dos repórteres, a discussão de pauta.

— Temos a matéria do Fátima (...). Temos que colocar no rodapé da manchete o caso do Detran de Jaraguá (...). Falar da greve dos professores — apontava Drica, dizendo o que considerava de maior destaque para o jornal em meio a vários assuntos.

— Eu vou ver sobre o encontro dos assistentes sociais (...), inclusão digital (...), dia do trabalhador — selecionava Isabela.

— Tem o caso do estupro em Barra Velha — complementava a editora.

Foram minutos de discussão, pelo jeito, sobre assuntos pré-definidos no dia anterior, até que todos se encaminharam para os seus afazeres. Atrás da sala funcionava a redação em que, devido à divisória transparente, podia ser vista a movimentação dos funcionários. Trabalham na emissora 33 pessoas — 19 só no setor jornalístico. O SBT de Joinville existe desde 2000 e em julho comemora seis anos.

Na saída, Adriana Fermiano lastimou que os profissionais de jornalismo, quando saem das faculdades, não estão interessados em trabalhar na TV. A maioria prefere o meio impresso, deixando campo aberto para os poucos que se aventuram na televisão. “Hoje falta gente para trabalhar conosco”, finalizou a nossa guia, fazendo as suas últimas considerações, despedindo-se dos quatro bolsistas com um terno beijo na face de cada um.

800x600. ©2005 Agência Experimental de Jornalismo/Revi & Secord/Rede Bonja.