Num clima de alto-astral, fomos recebidos no SBT de Joinville. “Oi, amores”, dizia Adriana Fermiano, gerente operacional e editora-chefe do telejornal SBT Meio-dia, quando nos encontrou. Sorrindo muito e falando alto — para um início de manhã —, ela ia explicando como funcionam as coisas por lá. O jornal vai ao ar do meio-dia a uma da tarde; logo depois vem o líder de audiência: Tribuna do Povo, apresentado por Nilson Gonçalves. Para quem não conhece, o programa se resume em duas palavras: policial e apelativo.
Participamos da reunião de pauta que envolvia Adriana, além dos repórteres e a editora do jornal. A editora é Isabela Vargas, que também é apresentadora. O repórter é Patrício Destro, que também é apresentador. Zé Carlos, outro repórter que também é apresentador, estava na rua. A pauteira de hoje, Rokely Pierozan, é repórter nos outros dias, porque a pauteira oficial faltou. Assim é que as coisas acontecem no SBT de Joinville: cada funcionário tem mais de uma função.
A parafernália técnica — um mundo de equipamentos — foi o que mais me impressionou. “Esta é a ilha de edição dos comerciais”; “esta é a ilha de edição do telejornal”. A sala do master era muito grande. A sala da redação era ampla. Tudo muito bem arejado. Menos o arquivo.
O SBT de Joinville funciona no prédio que pertencia à Tigre. E o arquivo da TV está organizado dentro de um lugar muito peculiar e interessante para a garantia de futuro das gravações: o frigorífico. No lugar do refrigerador, um desumidificador, que torna difícil a respiração, mas fitas VHS e digitais estão seguras.
Quando questionada sobre a escolha das pautas para o jornal, Adriana explicou que há dias em que é preciso filtrar por causa da quantidade, mas há dias em que é preciso “procurar água em pedra”. Quando liga para o Corpo de Bombeiros para perguntar se não houve nenhum acidente e recebe uma resposta negativa, ela conta, sorrindo, que brinca com o comandante: “Nem um mutiladinho?”.
Além disso, uma discussão para decidir se uma pauta seria feita ou não também me marcou. O que eu ouvi: “Adriana, pode preparar a pauta, ele disse que come”. “Ele”, no caso, vem a ser o prefeito de Joinville, Marco Tebaldi, e afirmou comer a tainha do rio Cachoeira. A discussão era para resolver se o SBT mostraria o prefeito comendo a tainha — que ainda não teve a contaminação comprovada — ou não. Preocupados com o risco de influenciar a população sem saber do perigo, eles agendaram a pauta e tornarão a conversar com o prefeito.
Mas a impressão do SBT de Joinville foi muito positiva. O que me fez intrigada foi ficar sem saber: “Ele” come ou não come a tainha? Vamos avisar logo pro tucano que o peixe dele está assando.