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Matéria 2043, publicada em 25/04/2006.


TV Cidade: o canal sem identidade

Pollyanna Niehues

Uma casa grande, de aparência familiar, sem placa, sem seta ou qualquer indicação. A TV Cidade de Joinville é como aparece por fora: não tem lá, muita identidade. Vendem o espaço do canal e quem comprou fica responsável pelos anunciantes. Vale pacote de arroz em cima do balcão, vale uma plaquinha com o nome da loja, seja como for. A maioria dos programas é entregue já pronto e a TV só tem o trabalho de exibir. Os que precisam ser produzidos na TV terão um modesto acréscimo no preço. E se precisarem de produção e edição, é claro, mais caro ainda. Até aí tudo bem.

A administradora da TV e esposa do dono do canal, Thabata Cristina Maes, cheia de si, fala sobre a história e tudo o mais, e corajosa diz “a TV Cidade faz milagres”, tentando justificar a miséria. Quando questionada sobre a falta de jornalismo local ou qualquer programa jornalístico, a bela moça ajudou a concluir os meus pensamentos: “jornalismo é muita responsabilidade”. Ora, então é o melhor motivo para não fazê-lo. O que ficou subentendido é que eles não querem se incomodar.

Fora isso, a TV é interessante. Os estúdios são cheios de tapadeiras e cenários escondidos atrás de cortinas. Tem programa de calouros, tem programa de igreja, tem esporte e outros estilos. Quando muda o programa, muda o cenário. Quem estiver por perto é quem vai ajudar. Thabata faz isso quando precisa e todo mundo tem que colaborar porque são apenas 19 pessoas trabalhando lá dentro. E em junho de 2006 “a TV vai deixar de ser criança” porque completará sete anos lembrou Thabata, “até que enfim” — quase escapou, mas segurei.

Tivemos a oportunidade de conhecer a ilha de edição da TV. Enquanto estávamos por lá, teve início a gravação do programa “Encontro com a imprensa” e acompanhamos o processo dos cinegrafistas e do editor. É um dos que tem mais audiência na TV, talvez por ser polêmico, talvez por ser apresentado por Luis Veríssimo, Toninho Neves e Beto Gebaili. Talvez as duas coisas — dispenso comentários. “Para bom entendedor, meia palavra basta”, já disseram por aí.

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