Instalado em frente à biblioteca do campus, o estande de livros ligados à área de saúde chama a atenção de quem passa no local. Eli Carlos Souto e suas quatro estantes móveis repletas de obras estarão no caminho de quem for em direção ao Lab I, à biblioteca, à reprografia ou ao bloco D. O acervo, com mais de 100 títulos que custam entre R$ 10 e R$ 400, permanecerá até esta terça-feira (7 de março), das 8h às 15h.
Carlos costuma visitar o Ielusc duas vezes ao ano desde 2001. Seu público-alvo são alunos veteranos de Enfermagem. “Aqueles que estão mais na frente do curso dão mais valor ao bom preço desses livros”, salienta o curitibano, destacando a simpatia dos joinvilenses. Ele afirma que a cidade, apesar do número inferior de estudantes em relação a outros postos de venda, é um bom ponto para se trabalhar.
Trabalho não é novidade para esse livreiro de 39 anos. Dono de uma história peculiar, Souto iniciou precocemente a ajudar nas despesas da família. Começou a trabalhar aos seis anos de idade, quando vendia frutas e hortaliças. Aos nove anos, passou ao comércio de revistas e jornais numa banca. Foi nessa época que criou o primeiro posto de venda de jornais em sinaleiros, na recém-aberta Avenida das Torres, em Curitiba. A venda do jornal de maior circulação aos domingos aumentou em cinco vezes, segundo o vendedor.
Após ser motorista de caminhão e representante comercial de produtos alimentícios, Souto abandonou a profissão de vendedor de assinaturas das revistas da Editora Abril e abraçou o comércio de livros. “Não sei até quando poderei me manter nessa profissão. O custo é muito alto e não sei se agüentarei mais tanto tempo carregando caixas de livros”, lamenta Souto. Mesmo assim, a sua área de venda se estende do Paraná ao norte do Rio Grande do Sul e ele pretende ampliá-la até o Mato Grosso.