André Citröen apresentou seu primeiro automóvel Citröen tipo A em 4 de junho de 1919, nos Campos Elísios, França. Esse veículo foi o pioneiro da produção em série na Europa, graças ao convite do seu amigo norte-americano, Henry Ford, para visitar a Ford Company, nos Estados Unidos, e conhecer os métodos de produção em massa. André Citröen era um gênio da publicidade e explorava as grandes expedições para promover a qualidade de seus veículos. A primeira foi a travessia do Saara, com saída em dezembro de 1922, da cidade de Tuggurt (norte da Argélia) à Tombuctu (centro de Mali), em março de 1923. A esses eventos seguiram-se a travessia da África, Ásia Central, China e Canadá. Em 1934 foi lançado o 7CV Tracion Avant. Possuía carroceria monobloco, baixo centro de gravidade, tração dianteira, suspensão independente nas quatro rodas e freios hidráulicos. Sua produção foi de 759.100 unidades até 25 de julho de 1957, um sucesso. Infelizmente, quase todo gênio criativo não tem sucesso em gestão financeira e a Citröen vendeu 60% das suas ações para a Michelin.

Citröen 2CV, o carro das massas

Em 1936, a Citröen iniciou o projeto de um carro popular revolucionário: o 2CV. O veículo ficou pronto em 1939. Porém, veio a segunda Guerra Mundial e a fábrica destruiu todos os protótipos, só reservando um único modelo, todo desmontado. Esse modelo foi restaurado posteriormente. Após o conflito, o 2CV foi lançado em 1948. Era um veículo pequeno, barato, econômico (percorria 100 quilômetros com cinco litros de gasolina) e possuía características diferentes como: motor de dois cilindros refrigerado a ar com 375cc e 9cv, suspensão independente nas quatro rodas e o teto com capota de lona enrolável. Sua mecânica foi sendo aperfeiçoada continuamente. O último modelo produzido em Portugal, no começo dos anos 90, tinha motor de 625cc e 29cv.

O modelo DS: uma revolução

No salão de Paris de 1955 foi apresentado ao mundo o Citröen DS 19 – Todos os carros do mundo tornaram-se ultrapassados da noite para o dia. O design futurista, a suspensão hidropneumática com regulagem de altura, freio a disco interno e direção servo-assistida encantaram o mundo do automóvel. Ele ganhou p prêmio na Bienal de Arte Moderna de Milão. Foi produzido até 1975, o que confere o êxito desse modelo.

A última crise

Em dezembro de 1974 a Citröen foi absorvida pela Peugeot e hoje é parte do grupo PSA-PEUGEOT-CITRÖEN. Modelos como o Picasso, C3, C5 e Xsara continuam representando a característica da marca: design inovador, tecnologia de ponta e a solidez do grupo Peugeot.

Fontes Bibliográficas

CIVITA VITOR- Enciclopédia do Automóvel- Editora Abril S.A., 1974 – sob licença de Quattroruote- Domus, Milão e Instituto Geográfico De Agostini, Novara.

REVISTA DE AUTOMÓVEIS – Antiga publicação de uma editora do Rio de Janeiro, 1955.

NUNES, Anderson e GONZALES, Wagner – Nascido à frente de seu tempo – Revista Automóveis Antigos, 2004.