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Matéria 1468, publicada em 30/09/2005.


:Jessé Giotti

De olho no futuro: cursos tentam atrair alunos

Escolas exibem atrativos para despertar vocação

Vanessa Bencz


Se você seguisse o cheiro de pipoca da Rua dos Príncipes, nesta semana, certamente encontraria a sua origem na Praça Nereu Ramos, onde acontece a Feira das Profissões e da Capacitação, iniciada em 27 de setembro, e que vai até este sábado. Além de estandes de cursos superiores, também se encontravam na feira espaços de massagem, estética facial e capilar, praça de alimentação e venda de livros — você poderia esbarrar em um Machado de Assis ao preço de cinco reais.

Em volta do estande da Univille, um pequeno conglomerado de interessados: a expositora e estudante de engenharia química Andrea Luciane Soares mostrava como se extraía álcool do caldo de cana. Um recipiente abrigava o caldo e, por um longo cano de vidro, escorria o etanol — álcool puro. Andrea depositou um pouco da substância num copo e aproximou-o do rosto dos curiosos. Ao aspirarem o conteúdo, alguns franziam o nariz; outros aprovavam a veracidade da experiência e um deles umedecia os lábios, ensaiando a degustação com os dedos. Apesar de todo o interesse, a expositora lamenta: “Não acredito que isto possa atrair mais estudantes para a universidade. Provavelmente a maioria dos visitantes não vai se convencer de que curso escolher”. João Paulo Fernandes, também acadêmico de engenharia química, reforça: “A pessoa já tem que estar mais ou menos resolvida da sua área de atuação”.

Outra roda de admirados circundava o estande da Sociedade Educacional de Santa Catarina (Sociesc). Um “gerador de Van de Graaff” — pequeno globo prateado que levanta fios de cabelo de quem se encosta nele — estava ligado e intimidava os espectadores. A expositora pediu por algum candidato e, depois de ligeiro empurra-empurra, uma moça de cabelos compridos ofereceu-se, ainda que contra sua vontade. Pousou as mãos sobre o globo e, em um par de minutos, suas melenas loiras se erguiam fantasmagoricamente. Exaltações de espanto e risadas. Após a constatação de que não doía, surgiram novos candidatos.

E assim seguia a Feira das Profissões: mais um espaço para a satisfação de pequenas curiosidades do que para a definição de uma carreira. E com cheiro de pipoca no ar.

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