Foi na comemoração do centenário da independência, em 7 de setembro de 1922, que ocorreu a primeira experiência de rádio no Brasil. O primeiro a falar no microfone da estação instalada em Sumaré (SP) pela Western Eletric foi o então presidente Epitácio Pessoa. A população brasileira custava a acreditar que estava ouvindo a verdade, conforme relata o radialista e historiador Renato Murce.
O rádio não nasceu para o Brasil. Receptores de galena eram complicados. Outro obstáculo era o custo do receptor, inacessível à maioria da população. Entretanto, durante a exposição do rádio, o professor Roquete Pinto se interessou pela transmissão, ao contrário de muitos que ouviam músicas e discursos reproduzidos e cheios de ruídos. Em 1923, se o governo não comprasse a estação da Praia Vermelha e do Corcovado, que estava sendo desativada, o Brasil ficaria sem rádio. Como o professor sabia do valor informativo e cultural do sistema, resolveu tomar uma atitude: como secretário da Academia de Ciência, criou a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro em abril daquele ano. A instalação da primeira estação de radiodifusão foi em outubro de 1923.
Nos anos 20 o rádio não funcionava todos os dias. Irradiava somente de segunda a sábado, alternados entre a Rádio Sociedade e e a Rádio Clube de Pernambuco. Domingo não havia programação radiofônica.
Cronologia:
1923 - Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, Rádio Clube de Pernambuco, Rádio Educadora Paulista
1931 - Rádio Record de São Paulo
1935 - PRF-4 Rádio Jornal do Brasil
No início dos anos 30 o Brasil já tinha 29 emissoras de rádio, transmitindo óperas, músicas e textos informativos e educacionais. Até meados do século 20, o contexto sócio-econômico brasileiro limitava possibilidades de desenvolvimento dos meios de comunicação e as condições de infra-estrutura restringiam a capacidade de expansão. Já naquela época, a imprensa sofria com a limitação de investimentos. A radiodifusão era impedida de expandir para além das zonas atendidas por energia elétrica. Por isso, quase um terço de todas as ligações domiciliares encontravam-se nas principais capitais.
Enquanto isso, em Santa Catarina
O radioamador pioneiro em Santa Catarina foi João Medeiros, primeiro a ser licenciado no estado. A atividade de transmissão por meio de um alto-falante ocorreu em setembro de 1929, em Blumenau. Somente em 1935 foi instalada definitivamente a primeira emissora de rádio no estado, a PRC-4, Rádio Clube de Blumenau.
A segunda emissora catarinense, Rádio Difusora de Joinville, foi fundada por Wolfgang Brosig, neto do dono do jornal alemão mais antigo do sul do Brasil, o Kolonie Zeitung. Em fevereiro de 1941 foi fundada oficialmente a rádio na cidade, com uma programação apenas musical. A capital catarinense despertou para a novidade radiofônica somente a partir de 1942.
O amadorismo era a característica que melhor definia o rádio nessa época. O veículo fascinava, mas ainda não se mostrava capaz de sustentar seus adeptos. E já no fim da década de 80 o estado ainda estava carente de desenvolvimento em comunicação, se comparado aos outros estados do sul do país.
Rádios em Joinville
Para entreter a população, Joinville conta hoje com dez emissoras de rádio. Nenhuma mantém espaço para transmissão de radiojornalismo produzido por equipe de jornalistas. Não há sequer uma redação dentro das rádios. Por outro lado, um dado positivo é a veiculação de uma radionovela na Floresta Negra.
FM: Udesc, Transamérica, Atlântida, Colon, Floresta Negra e Itapema.
AM: Globo, Cultura, Colon e Difusora.
Rádios comunitárias: Distrito de Pirabeiraba e Bairro Escolinha