Quem passava pelo shopping Mueller nesta terça-feira, 13 de setembro, pôde conferir de perto o lançamento do livro Me leva Brasil, do jornalista Maurício Kubrusly. Próxima às escadas rolantes, uma área foi criada para convidados, onde havia um pequeno palco para que o jornalista conversasse com o público. Kubrusly começou a falar, o shopping parou. Era gente em todo canto: nos andares superiores, ao redor da área de convidados, dentro das lojas, e os que não sabiam do evento se espantavam ao ver o jornalista global num simples palco, batendo papo descontraído com o público.
Tão descontraído que Maurício interrompia sua fala para interagir com as pessoas. Fez isso algumas vezes. Perguntou a um homem porque ele saiu do andar em que estava e foi para o superior: “Tava difícil de ver? Não foi você que saiu daqui de baixo? Você não está com sandálias havaiana?”. Sorrindo, o homem balançou a cabeça em sinal de “sim” e todos riram.
A primeira pergunta, feita pelo assessor de imprensa das Livrarias Curitiba, deu um tom picante à conversa; tratava-se da história do Motel Rapidinha. Ao visitar a periferia de Recife, Kubrusky conheceu o estabelecimento e descobriu que este nome é associado ao preço da estadia, acessível aos casais que queiram “dar uma rapidinha”. Em conversa com o proprietário, checou alguns tíquetes para conferir qual rapidinha foi a mais rápida. O tempo recorde foi de oito minutos. Em apenas oito minutos um casal tomou duas cervejas, usou a cama e o banheiro.
Na mesma cidade, um outro motel com nome curioso: Shopping. A mãe do dono do estabelecimento deu a idéia pelo simples fato de todos irem ao shopping. Maurício ironizou: “Quando sua mulher chegar tarde em casa, pergunte se ela estava no shopping.”
Enquanto o público ria, o jornalista avistou um dos personagens do livro circulando entre a platéia e o convidou a subir no palco. Era Vital Poffo, professor de português, residente em Joinville, e provavelmente, o único homem na cidade — talvez do país — que sabe de cor a Constituição. Ele grava cada artigo por palavras que cria a partir das letras iniciais dos artigos.
Uma jornalista de Itapema, litoral norte catarinense, questionou o estilo da série. Maurício explicou que mudou o estilo do Me leva Brasil para animar o final do domingo. “Quando você ouve a musiquinha do Fantástico é impossível não pensar em tudo que se tem para fazer na segunda-feira”, comentou o jornalista. O nome foi escolhido num pingue-pongue com o colega de trabalho Zeca Camargo.
Kubrusly foi questionado por um acadêmico de turismo da Faculdade Cenecista de Joinville sobre o que falta para o Brasil ser um ponto turístico mundial. Criticando, o jornalista respondeu que falta educação dentro do próprio país, exemplificando as diferenças entre as regiões norte/nordeste e sul/sudeste. Outra questão pertinente à situação do Brasil:
– “Kubrusly, se você pudesse legislar, o que mudaria no país?”, perguntou um senhor no meio da platéia.
– “Educação e saúde”, respondeu rapidamente o jornalista.
Uma das histórias mais incríveis testemunhadas pelo jornalista foi sobre o “Galinha tonta” (pelo nome já se imagina a figura). É um homem que aprendeu sozinho a falar inglês, japonês e alemão. Essa figura rara diz ter recebido em sonho, durante anos, visitas espirituais de três garotos: americano, japonês e alemão, por isso virou autodidata.
E durante o bate-papo outras perguntas foram feitas, como qual a comida mais estranha, qual a história mais emocionante, qual o lugar mais inusitado, enfim, histórias que podem ser conferidas no livro. Ao final de uma hora de conversa — passou tão rápido que mereceu até um “ah” do público — Kubrusly dirigiu-se a Livrarias Curitiba para autografar os exemplares e continuar a conversa.