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Matéria 1397, publicada em 14/09/2005.


Rádios joinvilenses economizam espaço, não pretensões

Vanessa Bencz

Em 5 de setembro, nós, da Revista Virtual do Bom Jesus, visitamos a Rádio Cultura e a Transamérica Pop, situadas no oitavo andar do Edifício Turin. Já no elevador do prédio prevíamos uma situação que seria freqüente nos estúdios – pouco espaço para muitas pessoas.

Nas minhas especulações, as rádios joinvilenses teriam uma modesta sala de redação, uma dúzia de funcionários e uns três estúdios. O estopim para esta imaginação fértil é o fato de as rádios não saciarem nossas ânsias visuais.

Cada sala era pequena, com paredes grossas, largas janelas e um amontoado de equipamentos. Na Cultura, a modernidade dos aparelhos contrastava com uma estante recheada de discos dos anos 70, patrimônio que o operador de sistemas preserva com esmero.

Zeguedé, locutor de notícias policiais da Rádio Cultura, terminou seu programa por volta das 14 horas e conversou sucintamente conosco. Contou que, dos seus 64 anos, aproximadamente 40 foram dedicados ao rádiojornalismo. Disse que o seu meio de conseguir informações era ligando para as delegacias e lendo todos os jornais. Debaixo do braço, levava uma pasta abarrotada por papéis. Ostentou-a orgulhoso e com um traço de fadiga. “Eu não ganho bem”, confessa.

No estúdio da Transamérica Pop, o radialista tocava músicas dos anos 80 – mas não aqueles sons que nos envaidecem por sermos testemunhas desta década. Eram músicas merecedoras de um tapa no botão “desligar” do rádio. Foi esse o sentimento que eu tive no momento. Infelizmente, interromper todo o sistema musical estava muito acima das minhas possibilidades. Então, me restou ir embora, decepcionada e desestimulada a voltar a ligar o rádio.

800x600. ©2005 Agência Experimental de Jornalismo/Revi & Secord/Rede Bonja.