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Matéria 1396, publicada em 14/09/2005.


Investimentos no radiojornalismo não são prioridades

Carolina Burg

Emissoras joinvilenses insistem nas desculpas — falta estrutura e recursos — para não ter um setor de jornalismo atuante. Depois de visitar quatro rádios (AM e FM) em Joinville, apenas confirmei que as intenções existem, mas que as ações estão estritamente ligadas ao valor econômico. Por isso, nenhuma das visitas supriu minhas expectativas de possíveis encontros com redações e repórteres cumprindo com a função do jornalismo. Não fantasio nada, apenas como estudante de jornalismo acho mais que necessário haver uma reabertura para o radiojornalismo.

A radiodifusão sonora foi apresentada publicamente no Brasil em 7 de setembro de 1922, durante a Exposição Internacional do Rio de Janeiro, com o propósito de emitir programas informativos e de entretenimento, por meio de ondas eletromagnéticas entre um ponto de transmissão determinado (as emissoras) e diversos pontos não determinados (ouvintes). Foi nesse momento que a demonstração despertou interesse dos pioneiros do rádio no Brasil.

Durante a década de 20, o radiojornalismo foi amador e profissional ao mesmo tempo se comparado com a produção de hoje. De maneira precária, as rádios se instalavam no país. Entretanto, eram organizadas com de programas de notícias de interesse geral, literatura, radionovela e artes. Havia um clima de improviso, mas o idealismo por parte da imprensa da época sustentava a idéia.

O que encontrei nas rádios visitadas foram estruturas novas, com alta tecnologia, mas propriedades de conglomerados que focam seus interesses principalmente no lucro. Ou seja, o papel social do rádio está esquecido. No pouco tempo que ouço as rádios joinvilenses, jamais me senti informada por esses veículos, apenas risadas me são convenientes. Primeiro, por ouvir radialistas um tanto tendenciosos. Segundo, pela quantidade de entretenimento oferecido.

A rádio Transamérica FM 91,1 tem seu forte no comercial. Embora faça parte do mesmo grupo da rádio Cultura AM 1.250 KHz, a maior diferença entre elas está no equipamento e na estrutura técnica. Paulo Giovane da Rosa, nosso guia e responsável pelo setor de gravação das duas emissoras, explicita que o objetivo da Transamérica Pop é vender entretenimento.

O jornalista e locutor Celso Schimitt, responsável pelos programetes da tarde na rádio Globo AM 1.590 KHz, que faz parte do Sistema Globo de Rádio, é um dos principais idealizadores da prática de uma programação inteiramente jornalística, com repórteres nas ruas buscando noticiar tudo o que acontece na cidade. “A realidade não é essa, por isso, acho válida uma aproximação da rádio com o curso do Ielusc”, analisou Celso.

Na rádio Floresta Negra FM fomos bem atendidos por Ana Paula Peixer, filha do dono da rádio, Marco Antônio Peixer, e nos divertimos ao presenciar a gravação da radionovela que o programa “Chilli Magazine” produz. A produção e gravação da radionovela ficam por conta de Jonas Raitz, Morgana Raitz, Cris Nagel e Jamy Savitchen, além de Ana Paula

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