A primeira visita ocorreu na Rádio Cultura, mantenedora das emissoras Cultura AM 1.250 KHz e Transamérica FM 91.1 MHz. O locutor Silvio Jacon, da rádio Transamérica, apresentava um de seus programas musicais diários. Ao explicar o funcionamento das transmissões, mostrou como a tecnologia é utilizada na emissora atualmente. As músicas e os comerciais são veiculados automaticamente com o uso de softwares e a locução ao vivo pouco ocorre. Há exceções nas participações dos ouvintes e nas chamadas após os comerciais. Com nostalgia, Jacon considerou mais prazeroso e humano o radialismo antes da informatização.
A segunda visita ocorreu na Rádio Floresta Negra FM, mantenedora das emissoras Rádio Globo AM 1.590 KHz e Floresta Negra 103.1 MHz. Celso Schimidt, 44 anos, é locutor na Globo AM. Ele apresenta chamadas de hora em hora, com duração de cinco minutos, que vão ao ar de segunda à sexta-feira, das 14 às 17 horas. Após às 17 horas, Celso comanda o programa Globo Cidade, com duração de uma hora. O locutor também faz parte da equipe esportiva da emissora e narra jogos de futebol.
Celso recebe de diversas assessorias de imprensa de 100 a 200 e-mails diariamente e tem dificuldades em filtrar as informações. Para ele, é uma ironia fazer o trabalho dos assessores. "Há assessores que me enviam por e-mail matérias no formato de radiodifusão, mas é uma minoria", destaca.
Schimidt disse que o radiojornalismo de Joinville é feito por iniciativa própria dos locutores. Na falta de profissionais qualificados, ele utiliza voluntários ao vivo em seu programa, como bombeiros e policiais, para narrarem acontecimentos ocorridos. Schimidt considera a AM uma escola.
Na Floresta Negra FM acompanhamos a gravação de uma radionovela com ares de animação. A gravação é para o programa Chilli Magazine, de Ana Paula Peixer, e conta com a participação de atores. Após, houve uma visita no estúdio de radiodifusão da emissora, mencionada ao vivo pelo locutor Álvaro T. W.
A interpretação e a técnica narrativa dos locutores, como a habilidade de improviso, é extraordinária. Mesmo assim, há a necessidade urgente de revalorizar o radialismo como um dos mais eficientes veículos comunicacionais já criados.