Se o ouvinte ligar o rádio em um horário entre as 16 e 17 horas de um dia de semana e trocar as estações (FM), provavelmente ouvirá algo assim.
Todas as músicas são estrangeiras, com a grande maioria norte-americanas do gênero pop e pop rock. É notório o fato de que as melodias estrangeiras predominam nas programações das rádios brasileiras. Um dos motivos apontados pelos programadores musicais é que o som nacional perde qualidade a cada dia.
E não é apenas a música brasileira que fica em segundo plano: toda a América Latina, que possui vasta diversidade musical, é esquecida. O cantor uruguaio Jorge Drexler, autor da trilha sonora do filme “Diários de motocicleta” – ganhadora do Oscar de melhor música estrangeira, em 2004 –, chegou a fazer críticas em relação ao espaço dado às canções estrangeiras no Brasil.
A música popular brasileira, além de ser uma importante manifestação cultural, também diz respeito às múltiplas identidades de um povo, e é um precioso vínculo com o passado, podendo contar toda a história do país. Apesar de a MPB ser o estilo musical mais rico do mundo – por possuir inúmeros gêneros, como samba, pagode, choro, axé, funk e sertanejo – e ser extremamente veiculado no exterior, as rádios joinvilenses não a valorizam.
Por outro lado, as emissoras AM disponibilizam espaço para as músicas nacionais. Mas, a dificuldade de sintonizar uma rádio AM e a quantidade de ruídos podem ser fatores desestimulantes ao ouvinte. Embora o que se encontre no universo AM seja em sua maioria de produção nacional, é difícil ouvir músicas que estejam dentro do cenário pop rock brasileiro, se comparado às FM. O que o ouvinte poderá encontrar com mais freqüência são programas de entrevista com autoridades locais, religiosas, noticiários e músicas a pedidos.