Seria um privilégio possuir um emprego no qual as principais tarefas são viajar e fazer compras. Porém, quando o destino da viagem é o Paraguai e o perigo de ser preso com as mercadorias é alto, a ocupação torna-se um tormento. Essa é a realidade dos sacoleiros, tema do projeto de conclusão de curso da acadêmica de jornalismo do Ielusc, Aline Anacleto. O trabalho foi apresentado em 18 de abril, às 14 horas, na sala C9. A orientadora do trabalho foi a professora de sociologia, Valdete Niehues, e na banca estavam os professores de jornalismo Álvaro Larangeira e Sérgio da Motta. Intitulada “Sacoleiros na Ponte da Amizade – ruídos da comunicação”, a monografia abordou as várias maneiras de comunicação por meio de códigos inventados pelos sacoleiros para fugir da polícia.
Como contrabandear é ilegal, os sacoleiros submetem-se a um sistema de comunicação em códigos por meio de telefones celulares, rádios e similares. Assim, tentam passar despercebidos pela verificação rigorosa dos policiais. “A vida dos sacoleiros é muito sofrida, e eles não têm outra opção de trabalho”, explica Aline. “O perigo de ser preso, de se machucar ou até de morrer é muito alto”. A estudante obteve a nota 8.5, e pôde respirar aliviada com a aprovação do trabalho. Após alguns ajustes sugeridos pela banca, ela colocará a monografia em exposição na biblioteca do Ielusc.
Fazer pós-graduação em gestão de comunicação empresarial na Universidade do Vale de Itajaí (Univale) está nos planos de Aline. Porém, ela ainda está indecisa sobre os seus objetivos a longo prazo. “No momento, qualquer oportunidade que surgir é lucro. Hoje em dia, é luxo poder escolher área para atuar”, assegura.