Existem hoje 182 milhões de habitantes no Brasil. Desses, cerca de 20 milhões são usuários da internet. Logo, mais de 160 milhões de brasileiros continuam sem acesso à rede mundial de computadores. E são essas pessoas que mantêm a força da EBCT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) nos dias de hoje. Apesar do crescimento cada vez mais acentuado dos serviços virtuais, só no ano passado foram transportadas mais de 9 bilhões de correspondências. Além disso, a internet trouxe novas estratégias para o segmento.
O número de correspondências diminuiu com o passar dos anos. Em contrapartida, os Correios estão aproveitando a internet para lançar novos serviços. O aumento de compras virtuais é um fator que contribuiu, pois o transporte dessas encomendas é feito pela EBCT. Projetos para implantação de terminais de acesso público à internet também estão dentro dos planos, bem como criar possibilidades de certificação digital, uma espécie de cartório via internet.
Mesmo com o aumento do número de empresas que fazem o transporte de encomendas, os Correios continuam atendendo à maior fatia do mercado. “Ainda somos a empresa mais atuante do setor”, enfatiza Valdir Neumann, gerente da agência Princesa Izabel, em Joinville. Prova disso, é que possuem proteção legal para monopolizar o envio de cartas, telegramas e malotes. Uma complementação da Constituição Federal, lei número 6.538, assegura a exclusividade.
Profissão de carteiro tende continuar
Um carteiro começa a trabalhar por volta das 7 horas. A partir daí, faz a separação e ordena todas as entregas. Sai para a rua e só volta quando o serviço estiver terminado, ou todas as encomendas estiverem em seus destinos. A jornada é de oito horas diárias.
Para saber quantos carteiros são necessários em cada parte da cidade as agências fazem um estudo. O sistema calcula a região, junto com a média de cartas e o relevo da área. Se este for muito acidentado, necessita de mais pessoas, por exemplo. Dependendo do local, o profissional faz as entregas a pé, de bicicleta, de moto ou de carro.
Os Correios têm hoje 130 mil funcionários em todo o Brasil, sendo que 53 mil deles são carteiros. “A profissão de carteiro nunca vai acabar, a não ser quando o computador for capaz de transportar as mercadorias”, afirma Neumann. Só em Joinville existem 180 funcionários do setor distribuídos em 11 agências, sendo três do governo e oito franquias.