Uma tarde quente de inverno, sol radiante, tudo leva a um dia perfeito para um passeio no parque, ou um piquenique no zoobotânico. No entanto, a maioria dos visitantes do parque anda com duas patas ou sobem em galhos de árvore para apreciar a paisagem do zoobotânico de Joinville.
O gaúcho Vladimir Sander, roadie – assistente de banda – considera o parque agradável para visitar, mas admite a falta de estabelecimentos para venda de lembranças e também de uma lanchonete no local. A dona de casa Doroti dos Santos gosta do parque e é uma freqüentadora assídua do espaço. "Sempre trago minha neta aqui, ela adora os animais”.
Uma das aves que fazem parte do zoológico, um ganso, foi doado por Régis Corrêa, motorista de tele-entrega. Apreciador de animais e colaborador do parque, Regis adverte o despreparo da administração com o zôo. “Falta cuidado com os animais, a tartaruga e o jacaré estão todos sujos, num local abandonado”, argumenta. A falta de sinalização dos viveiros e de placas indicativas interfere na realização de trabalhos de pesquisa de alunos de colégios da região. Isso retrata o descaso da administração do parque.
Fazendo parte ainda dos pontos turísticos da cidade estão o Parque Municipal Ambiental Caieira, o Morro do Finder, Parque Municipal da Ilha do Morro do Amaral e praças que estão ganhando uma nova cara em termos arquitetônicos. Entretanto, existem controvérsias no que diz respeito a nova infra-estrutura. A dificuldade em atravessar a avenida Procópio Gomes, ou a dificuldade em permanecer sentado sob o sol na praça Nereu Ramos faz com que o visitante pense duas vezes antes de entrar em uma área de lazer.
Na opinião da arquiteta Cláudia Manteuffel, as áreas de lazer do centro da cidade estão melhores de uns anos para cá. Ela considera as áreas fundamentais para uma cidade carente em atrações e entretenimento. Para a arquiteta, há praças que necessitam de melhores vias de acesso por estarem localizadas em locais muito movimentados, como no caso da praça do Mercado municipal. Ela compara os parques de Joinville com os de outras cidades e alertam a falta de segurança desses locais, como no morro do Finder, que carece de melhorias na segurança e em infra-estrutura.
Gilberto Lessa dos Santos, arquiteto e responsável pela circulação viária no Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Joinville (Ippuj), esclarece que as áreas estão sendo incrementadas com novos equipamentos e fazem parte do projeto chamado de Linha Verde. Segundo o arquiteto, o projeto começa no próximo ano e tenta interligar o zoobotânico e o Parque do Boa Vista numa área de preservação contando ainda com trilhas para caminhada, restaurantes e atrações turísticas, envolvendo assim outros projetos de revitalização.