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Matéria 0700, publicada em 04/06/2004.


:Monique Bione

O bombeiro voluntário Barros é exemplo de dedicação

Bombeiro: profissão coragem, sabedoria e solidariedade

Monique Bione

Heróis do século 21 voluntariamente salvam vidas e têm como maior pagamento a sensação do dever cumprido. O bombeiro voluntário Ademirir Barros, 48 anos, sabe bem o que é isso. “Muita gente me pergunta o que ganho em ser bombeiro voluntário. Respondo que o maior pagamento é a felicidade de socorrer os bens de uma vítima de incêndio ou a sua própria vida. É isso que me faz querer ajudar ainda mais”, define Barros. Dificuldades não faltam no cotidiano desse profissional que está, há um ano e quatro meses, no Corpo de Bombeiros Voluntários de Joinville.

Barros é natural de Itajaí, mas veio para Joinville no primeiro ano de vida. Estudou no Senai, onde se formou em mecânica, mas sempre trabalhou como brigadista, espécie de bombeiro dentro de empresas. Por causa da função, morou em diversos estados, entre eles Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo e Goiás. Após alguns anos, voltou a morar em Joinville, exercendo a profissão de brigadista. Através de alguns amigos da empresa, conheceu e se interessou pelo trabalho voluntário. Apesar de atuar na Tupy e ser professor profissionalizante de mecânica na Acessoritec, não pensou duas vezes para integrar o corpo de bombeiros. Deixou de dar aula um dia da semana para fazer o treinamento preparatório para bombeiro e nunca faltou às aulas. “Sou realizado profissionalmente e nada mais justo dar um pouco do meu tempo para ajudar o próximo”, enfatiza.

Devido à dedicação prestada como bombeiro, logo foi promovido a coordenador do grupo de formação de bombeiros voluntários. “Quando a fumaça entra nos nossos poros, a gente não quer mais sair daqui”, salienta. Ao ser indagado sobre o por quê de ser bombeiro, a resposta surge rápido: “Vim aqui para aprender coisas novas, pois, com inteligência, todos nós nascemos, mas sabedoria se adquire. Meu objetivo não abrange só isso. Estou aqui também por causa de um todo, ou seja, ser útil para a população”, explica Barros. Sempre gentil e simpático, faz questão de mostrar cada canto da corporação.

A maior dificuldade da corporação é a falta de ajuda do governo. Isso porque, sendo uma sociedade filantrópica, os integrantes têm de passar por cima de tudo, juntando a boa vontade de todos que lá trabalham. Segundo Barros, a definição exata dessa profissão é coragem, sabedoria e solidariedade. Coragem para superar as próprias barreiras, sabedoria para lidar com as diversas situações e solidariedade para ajudar todos que procuram a corporação.

A vida de Barros está embasada em muita fé em Deus e devoção para ajudar qualquer pessoa indistintamente. “Nada ganho financeiramente aqui, mas me enriqueço espiritualmente”, diz. Ele é messiânico e, mesmo tendo que ir três vezes por semana para a corporação e dar plantão de 12 horas, ainda tem funções a cumprir em sua igreja.

Em Joinville, existem hoje quase mil bombeiros voluntários, além de 400 crianças. Para quem deseja ser bombeiro precisa morar em Joinville, ter trabalho, ter noção de natação e fazer teste psicológico. O treinamento é de cinco meses e tem várias etapas, entre as quais, primeiro socorros.

 

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