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Matéria 0603, publicada em 13/04/2004.


:Divulgação

A paixão de Marli é esculpir com argila

Artista plástica esbanja competência

Cleide Carvalho

Elegante, a ponto de não dispensar uma bela roupa até mesmo quando está esculpindo suas obras. Vaidosa com a aparência, cabelos com corte que valoriza o rosto ainda jovem, aos 55 anos. Uma mulher muito bonita. Assim é a artista plástica Marli Swarowsky. À primeira vista dá a impressão de ser frágil, mas por trás daquela voz mansa, existe uma mulher de muita garra e competência. Ela é uma pessoa que empenha permanentemente seu esforço na concretização de obras de arte perfeitas.

No início do escaldante verão joinvilense de 1948 nasce Marli. Filha de descendentes alemães, família de classe média alta. O pai era proprietário da Malharia Princesa. Foi onde tudo começou, na adolescência. Graças à facilidade de desenhar e de criar modelos, em pouco tempo a menina já dominava as áreas de criação, modelagem e estamparia. A atividade aumentou o interesse pela arte e fez com que buscasse mais conhecimento na área. Freqüentou os primeiros cursos na Casa da Cultura de Joinville para se desenvolver. Assim, tornou-se uma grande artista plástica.

Quem visita a casa de Marli, no Bairro Saguaçu, dificilmente deixa de se deslumbrar com a decoração. Na entrada, um lindo jardim que aparenta estar dentro da casa, por ter uma porta de vidro que os separa. O vaso branco com suaves tons de azul no canto esquerdo da sala junto a um tapete cor creme e muitas folhagens proporcionam tranqüilidade ao ambiente. Esculturas, troféus artísticos, todos bem alinhados em prateleiras, parecem filhos bem cuidados.

Casada com Avelar Swarowsky, mãe de três filhos, Patrícia, 25 anos, Tarso Luiz, 24 anos e Sandrine, 19 anos. Apesar da dedicação ao trabalho e à arte, sempre foi uma esposa afetuosa e uma mãe presente. Os filhos estão bem encaminhados. Tarso se formou em administração e em breve abrirá uma microempresa. Patrícia é formada e trabalha em Curitiba (Paraná) na área de comércio exterior e Sandrine faz o curso de publicidade e propaganda em Curitiba.

Há um ano e meio, ao ser nomeada presidente da Associação de Artistas Plásticos de Joinville (Aaplaj), a associação estava em completa penumbra. Hoje, com seu comprometimento e amor pelo que faz, reergueu a instituição e afastou a obscuridade do local. Com mais de 80 associados, a Aaplaj possui um galpão disponível para os artistas exporem e fazerem suas artes, no complexo Antarctica, graças ao entusiasmo e persistência de Marli.

Ela ainda aparenta ser muito jovem. Sente-se nela uma “paz de espírito” e tranqüilidade mesmo com os inúmeros compromissos. A presidência da Aaplaj, o conselho do Museu de Arte de Joinville, o conselho consultivo da Galeria Municipal de Arte Victor Kursancew, o conselho do Instituto Luiz Henrique Schwanke e os grupos “Quintas Contemporâneas” e “O Barro em Expressão”. Incansável, Marli não recusa trabalho e nem mede sacrifícios.

É considerada muito prestativa e amiga, de fácil convivência. Motivadora, incentivadora, tem dinamismo e é determinada. Por isso, a consideram uma artista gabaritada. Participante assídua das exposições, vai atrás de patrocínio, busca a melhor forma para poder exibir suas obras: cerâmicas, esculturas, painéis, troféus artísticos e pinturas. Expõe com muito orgulho. Mas o que lhe dá mais prazer é fazer esculturas em argila.

A artista plástica se aperfeiçoou em diversos cursos de cerâmica, na Espanha e nos Estados Unidos. Participou de exposições individuais e coletivas em vários estados desde 1973. Foi premiada em 1997 no Salão Santos Dumont em Florianópolis e seu nome figura no sétimo volume de “Artes Plásticas Brasil” de Júlio Louzada Publicações.

Ainda muito jovem, quando solteira, na década de 70, era professora na Casa da Cultura, com aulas de cerâmica. Mas, a afinidade maior é com as obras, não com a arte de ensinar. Seu objetivo é parar de dar cursos e se dedicar inteiramente às exposições e à construção das esculturas.

Muito persistente, corre atrás de seus objetivos, foi achando caminho para ser reconhecida. É difícil vê-la reclamar que as obras não são valorizadas ou que as pessoas desconhecem seu trabalho. Sempre lutou muito para ver suas obras reconhecidas. Quando começou a produzir os troféus artísticos, eles eram desacreditados pelos colegas de profissão. Depois de muito tempo, aproximadamente oito anos, conseguiu provar que a arte em troféus tem um bom mercado. Apesar disso, não chega a se comparar ao mercado dos quadros pintados a óleo ao qual se dedica, embora a paixão de Marli sejam as esculturas.

Quem deseja conhecer mais sobre a artista e conferir seu trabalho é só acessar o site www.geocities.com/Paris/Theatre/1894 ou visitar a Arte Galeria Van Biene na Rua 9 de março, 820. Centro Joinville – SC e na Aaplaj no galpão 13 no complexo Antarctica. Maiores informações podem ser obtidas através do telefone (47) 472-2471 / 422-0879 ou pelo email marliswa@terra.com.br.

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