A Sociedade Médico-Veterinária de Jaraguá do Sul, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, identificou, em março deste ano, que pelo menos 34 mil cães compõem a população canina da cidade. A relação é de um animal para cada três habitantes. Da totalidade de animais domésticos, os cachorros representam 46%.
Segundo o diretor da Divisão Sanitária da Secretaria da Saúde, Sérgio Lukarewski, as atividades para implantação do CCZ local já foram iniciadas. Jaraguá não possui carrocinha, canil municipal e nenhuma ação concreta para combate às zoonoses ou controle da população canina da cidade é efetuada. Segundo Lukarewski, a prefeitura possui um convênio com uma clínica veterinária particular, que atende os animais em casos extremos, como atropelamentos, por exemplo.
Waldemar Schweitzer, o veterinário responsável e dono da clínica com a qual a prefeitura mantém o convênio, afirma que os animais recolhidos a pedido do poder público municipal são tratados na clínica onde permanecem para doação. Questionado sobre o possível sacrifício desses animais, não confirmou a prática, mas informou que os cães não são devolvidos à rua. Segundo ele, apenas os cães sem condições de “sobrevida” são sacrificados.
De acordo com o veterinário José Humberto de Souza, o projeto de implantação do CCZ encaminhado pela prefeitura à Fundação Nacional de Saúde (Funasa) em 2002 estava incompleto e foi recusado. Funcionário da Secretaria da Agricultura até julho, Humberto foi encarregado de elaborar um outro projeto a ser enviado a Brasília novamente este ano.
Para ele, instituir normas de posse responsável de animais domésticos, visando à saúde da população e o bem-estar animal deve ser a primeira ação da prefeitura. Em paralelo, a Secretaria Municipal da Saúde deve elaborar um projeto de identificação dos cães.
Os cães desempenharam um papel importante nas antigas religiões orientais. Os hindus, por exemplo, acreditavam (e acreditam até hoje) que uma pessoa que maltratasse um deles seria castigada, regressando à Terra na forma canina.