A irresponsabilidade na abertura de cursos de Enfermagem foi um dos pontos discutidos no 1o Seminário Internacional sobre o Trabalho na Enfermagem, ocorrido entre 7 e 9 de agosto em Florianópolis. Os assuntos foram expostos para alunos e professores da área na reunião da ABEn – Associação Brasileira de Enfermagem – no dia 19 no Bom Jesus/Ielusc.
Além da criação desordenada de cursos, que, segundo a professora da instituição Beatriz Schumacher, faz com que “muitas dessas escolas nem tenham enfermeiros para a coordenação”, foi discutido no seminário a questão da falta de políticas claras de recursos humanos para o Sistema Único de Saúde – SUS. De acordo com o relatório final do seminário, isso estimula a terceirização, o trabalho voluntário e o estágio não remunerados, os contratos temporários, as falsas cooperativas e os contratos por plantão, práticas que prejudicam as conquistas da categoria.
O aumento dos cursos que formam tecnólogos e a manutenção legal das 44 horas semanais – período considerado extenso por ser uma atividade de assistência direta –, foram temas do evento. Além disso, foi abordada a necessidade de muitos profissionais terem de fazer dupla ou tripla jornada de trabalho para adequar a renda ao orçamento familiar.
Sugestões
O comprometimento das entidades e dos próprios enfermeiros na vigilância dos projetos de lei não discutidos com a categoria foi uma das deliberações da plenária. O mesmo aconteceu em relação à introdução de outros níveis profissionais, das condições de trabalho, da saúde do trabalhador e dos estudos de quantificação e qualificação da força produtiva.
Para combater o baixo nível de politização dos profissionais foram sugeridos fóruns de discussão e formação acadêmica mais crítica. A inclusão no plano de cargos e salários, o aumento de concursos públicos em todas as esferas do governo, e a manutenção das leis trabalhistas apareceram como outras reivindicações da categoria.