Anunciar em intervalos de programas de televisão que exibem cenas de violência ou sexo é um mau negócio. A conclusão é de pesquisadores da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, em estudo apresentado na quinta-feira (7/8), durante o encontro anual da Associação de Psicologia Americana.
Segundo a pesquisa, os espectadores lembram menos as marcas exibidas durante programas com tal conteúdo. “Se o programa de TV tem sangue ou sexo, a lembrança da marca se apaga”, resumiu Brad Bushman, professor do Instituto para Pesquisas Sociais da universidade, um dos maiores centros do tipo no mundo, e coordenador do estudo.
Os pesquisadores estudaram o comportamento de 324 pessoas e verificam que sexo e violência interferiram de maneira negativa na lembrança de anúncios logo após os programas e no dia seguinte. Os índices inferiores foram identificados mesmo quando os comerciais eram de produtos que tinham a ver com os programas.
Bushman e equipe pediram que os voluntários, homens e mulheres, assistissem a vídeos de 18 programas diferentes, com temas pornográficos, cenas de violência e outros, como documentários. Os anúncios originalmente exibidos foram trocados por propagandas com assuntos diversos. Após assistirem aos programas, os participantes eram perguntados sobre os tipos de produtos e marcas exibidas nos anúncios.
Os cientistas verificaram que a fixação das marcas e produtos foi 17% maior quando o programa era “neutro” em relação aos de conteúdo violento e 21% maior quando comparado com programas pornográficos. Verificaram também que os anúncios violentos foram 20% menos lembrados do que os de teor sexual e 18% menos do que os demais.
A pesquisa mostrou ainda que o tipo de programa não interage com o do anúncio para influenciar a memória. “Exibir anúncios com conteúdo violento ou pornográfico em programas de mesmo teor não ajuda a fixar os anúncios. As pessoas simplesmente lembram menos das propagandas mostradas em tais programas. Em outras palavras, sexo e violência não ajudam a vender”, disse Bushman.
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