Com o intuito de investigar a percepção que têm os médicos joinvilenses sobre a atuação do vendedor de medicamentos dos laboratórios farmacêuticos e motivada pelo trabalho de três anos como representante de vendas, a acadêmica de Publicidade e Propaganda Daren Basso defendeu na quinta-feira (5) sua monografia. Em meio a um clima descontraído na sala C-22, a banca composta pelos professores Ligia Zucolotto e Antônio Pinto aprovou a estudante com nota 8,5.
Para desenvolver a pesquisa, Daren entrevistou um cardiologista, um ginecologista, um endocrinologista e um pediatra. Esse foi justamente o ponto fraco do trabalho apresentado: o número de médicos avaliados. Tanto Lígia quanto Antônio criticaram esse fator, pois consideraram um valor baixo diante dos quase 500 especialistas que atuam na cidade. A acadêmica alegou falta de tempo, mas acredita ter aprofundado o suficiente sua pesquisa e, com isso, alcançado seus objetivos.
Intitulada “Apropriação da classe médica sobre a performance dos representantes de vendas da indústria farmacêutica”, a monografia abrange o conceito de sociabilidade entre as partes envolvidas, com um estudo sobre as estratégias de marketing utilizadas pelos fabricantes dos medicamentos e os efeitos que elas provocam nos médicos em questão. Daren procurou também traçar o perfil de como seria um vendedor ideal e constatou que a preferência é pelo modelo não-engessado, por aquele profissional que tem um jeito próprio de expor os produtos que representa.
O desejo da aluna de se distanciar do mercado e procurar se voltar mais para a teoria, segundo Antônio, não foi alcançado. “Você está tão envolvida no processo que se contamina”, explicou ele. O avaliador acredita que ao tentar determinar um perfil para os representantes, Daren desenvolveu um projeto experimental, dizendo como esse profissional precisa se comportar. O professor chamou a atenção da estudante para aspectos formais do texto, como erros ortográficos e de concordância. “Algumas frases perdem o sentido”, garante.
O orientador do trabalho, André Scalco, saiu em defesa da acadêmica quando Antônio criticou a não-apropriação dos conteúdos expostos no início da monografia. Ele citou as páginas em que Daren retomava os conceitos dos autores estudados. Ainda assim, André admitiu que “faltou talvez a explicação das tabelas” apresentadas pela aluna para apontar os resultados da pesquisa de campo.