A análise do impacto provocado por elementos de edição, objetivo da monografia “A cobertura do caso Gabrielli nos jornais A Notícia e Gazeta de Joinville”, acabou unindo-se a uma crítica à apuração sobre a morte da menina. A acadêmica de Jornalismo Monica Fernanda Duarte, autora do trabalho orientado por Samuel Pantoja Lima, obteve nota oito. Para Monica, que defendeu o trabalho na noite de quarta-feira (4) diante da banca avaliadora formada por Luis Fernando Assunção e Marília Maciel, os dois veículos joinvilenses “pecaram bastante” ao “não se preocuparem com a seleção de informação”.
Aproximadamente 50 pessoas ocuparam os assentos do anfiteatro ielusquiano para assistir à apresentação da acadêmica, que analisava as manchetes do caso publicadas pelos dois jornais. Conclusão: A Notícia ouviu apenas a fonte oficial, a polícia, e “desde o início apresentou o acusado como réu confesso”. Enquanto isso, a Gazeta de Joinville produziu matérias sensacionalistas, defendendo o suspeito. Apesar das críticas de Luis Fernando acerca da comparação “complicada e desigual” entre os veículos, tanto a banca quanto Monica acreditam que a aluna atingiu o objetivo da pesquisa.
A monografia de Monica “tem o mérito de trazer a discussão de uma parte importante do jornalismo: a edição”, disse Marília. Além disso, a avaliadora viu um ponto positivo na proximidade do tema, já que o caso Gabrielli é local. Porém, a banca concluiu que a aluna poderia ter aprofundado a pesquisa e interligado o objeto empírico com a teoria mais efetivamente. Samuel concorda com os apontamentos dos arguidores e acredita que a falta de profundidade é o principal problema da maioria dos trabalhos de iniciação à pesquisa científica. No caso de sua orientanda, ele justifica o problema com a opção por autores complexos, como Bakhtin. Para Luis Fernando, a escolha “foi acertada, mas arriscada”.