Com o objetivo de analisar a imagem na atualidade, a monografia “Retratos e
auto-retratos: um passeio pelas ideias de Jean-Luc Nancy”, de Rafael Miguel
Alonso Júnior, foi avaliada com nota 9. O professor da UFSC André Piazzera, que
integrava a banca avaliadora juntamente com Jacques Mick, viu o tema como um dos
principais fatores de relevância da pesquisa, pois “vivemos numa sociedade de
imagens”. Além disso, o arguidor ressaltou a acertada escolha do formando de
Jornalismo ao optar por Jean-Luc Nancy como principal autor estudado, já que o
filósofo é contemporâneo. A defesa do trabalho, orientado por Nara Marques,
aconteceu na tarde de terça-feira (24).
Segundo Nara, o objetivo inicial
da monografia era entender por que os auto-retratos se tornaram tão comuns. Ao
longo da pesquisa, porém, Rafael descobriu que não poderia chegar a uma
conclusão objetiva. “Ele percebeu que só tinha como levantar mais hipóteses”,
comentou a orientadora. Por isso, o foco da monografia passou a ser a produção
de um histórico da imagem. Movido por uma “curiosidade transformadora”, Rafael
se aventurou na análise de retratos e auto-retratos desde a antiguidade até os
dias atuais, ligando o objeto a conceitos de representação, semelhança e
intimidade. O monografando estudou também o valor de culto e exposição, além do
livro “O retrato de Dorian Gray”, de Oscar Wilde, onde o personagem vê seu
retrato envelhecer, enquanto continua com a mesma idade.
Para Jacques,
apesar de desprezar algumas possibilidades de análise, Rafael consegue fazer o
leitor desviar o olhar e encontrar uma nova visão para as obras estudadas. Ele
considerou a monografia “um colírio intelectual”. O próprio acadêmico contou que
modificou a forma com que enxerga os objetos da pesquisa. André elogiou a
apresentação, por acreditar que o monografando expôs as dúvidas e pretensões do
trabalho, além de se revelar alguém que ainda está em busca de
aprofundamentos.